25 de jun. de 2015

Os dindos!

Fui eu que escolhi? Lembro de ter ouvido o papai falar sobre um possível diálogo futuro com o cunhado, em que ele citava o Caio. Era algo sobre ter faltado a um compromisso. "Não tenho culpa cunha, seu afilhado ficou doente e não conseguimos dormir!"
Este cenário dos muitos que chegamos a montar e imaginar para nossa vida com filho foi relatado antes mesmo que falássemos sobre escolha de padrinhos. A escolha já tinha me passado pela cabeça e parecia natural. E vi então que isto não acontecia só comigo. Gera ciúme na família escolher um dos tios, claro, mas gera também entre amigos e parentes escolher um outro casal de amigos.
Mas porque a escolha parecia tão natural? Talvez por Elaine e Yan, além de serem pessoas tão especiais para nós, serem pais de uma das crianças mais meigas e educadas que conhecemos. Ora, se os padrinhos são os que cuidarão do filho em sua ausência, qual a melhor escolha além daqueles que já demonstram diariamente saber amar educando?
Puxa saco do sobrinho ou tia coruja, podem pensar. Mas esta opinião sobre meu afilhado vem de muita gente que o conhece, até mesmo por pouco tempo. Ter sido já escolhida para madrinha não foi pesado neste caso como obrigação de fazer o mesmo, só gerou uma situação divertida, de dupla "comaradagem" - comadre de lá, comadre de cá.
Posses ou situação econômica são tão volúveis e mudam tanto, que o motivo algumas vezes pensado para esta escolha, "estabilidade" nunca passou por minha cabeça.
Nada contra quem dá múltiplos padrinhos para não gerar ciúme, ou para assegurar que o filho tenha sempre um porto seguro, ou sei lá por qual motivo, mas se justamente é uma escolha para um talvez futuro que não queremos pensar, da falta dos pais, mesmo que temporária, penso que pode gerar mais confusão tantos padrinhos. Diferente de padrinhos de casamento, que são pensados como um suporte ao casal, e neste caso podem haver muitos e muitas. O que estiver disponível para aguentar as xurumelas. Em ambos os casos também se conta o apoio já dado ao casal e a clareza, a maturidade de vida para futuros conselhos. De você eu aceito conselho, pode ser meu padrinho. De vocês, dindos, eu aceito conselhos para o meu filho. Sei que virão desinteressados, querendo sempre o melhor para a família. Isso não significa não ouvir outros parentes e amigos, ou nunca deixar a criança ser cuidada por outra pessoa.
Escolher os padrinhos, é, também, um exercício de adivinhação. Com quem meu filho terá mais afinidade, quem ele escutará? Pois você está escolhendo uma relação futura para ele, antes mesmo do seu nascimento.
No meu caso, mesmo grande parte das duas famílias sendo muito religiosa, o apadrinhamento será "apenas" um acordo tácito, sem batizar a criança em algo que ela não entende, não compreende e não será de forma alguma obrigada a seguir. Este tipo de adivinhação prefiro não fazer.De um casamento sem padre ou pastor, não faz sentido um apadrinhamento com igreja.
Ser chamada de dinda por uma criança tão especial me dá sempre uma grande alegria. Esta abreviação é das mais meigas e fofas, se está certa eu não sei e não importa. Espero poder fazer com que pessoas especiais sintam um pouco esta alegria também.

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