28 de fev. de 2015

Muitos Caios

Esta postagem não é sobre o quão comum pode ser o nome escolhido ou sobre os Caios já presentes no mundo. É sobre a curiosidade quanto aos possíveis aspectos físicos e as personalidades de uma pessoa em formação. Se fossem dois pais mais parecidos na aparência as dúvidas talvez não fossem tantas para lidar. Em alguns aspectos - peso e altura - somos até parecidos, mas acho que as semelhanças físicas acabam aí. Eu sempre fui morena, o pai é branco, nasceu loiro, ficou meio ruivo e depois castanho. Isto contando apenas a primeira ascendência da criança. Tem os avôs e avós e suas características distintas a computar. E tem as personalidades variadas de todas estas pessoas de origem e cultura também diferentes.
Sendo a personalidade algo tão único de cada ser, parecendo às vezes não vir de lugar algum ("A quem este menino puxou, meu Deus?") nem me aventuro tanto nestas especulações. A curiosidade acaba indo justamente para os pontos mais diferentes entre os pais, e as vezes banais, como o formato das mãos - as minhas longas e finas, as do pai dedos curtos e fortes.
Alguns podem dizer que já existem ultrassons 3D, para os papais que não aguentam de curiosidade. Mas crianças mudam muito desde que nascem inchadas feito joelho batido na quina, até crescerem e se desenvolverem (vide histórico de cabelos do papai). Então ficamos curtindo este jogo de adivinhação sem compromisso. Claro que para os pais, quaisquer que sejam as características, ele será sempre lindo.

25 de fev. de 2015

Friozinhos na barriga



Alguns já sentem o primeiro ao saber da gravidez. Para mim foi bem mais pavor do que friozinho, então não conta. Agora com 5 meses de gravidez, barriga proeminente, vemos no ultrassom morfológico o Caio chupando dedo, apertado lá dentro do útero, com muitos órgãos formados ou em formação. Já parece bastante com um bebê em menores proporções. Sabemos pela internet que prematuros com este tempo de gestação tem chance de sobreviver se tiver uma boa UTI neonatal e boa equipe. Neste ponto o friozinho na barriga é duplo. Por saber que mais da metade do caminho até o parto já foi percorrido, e por saber que não há boa UTI neonatal à menos de 270 km de distância.
Às vezes é bom ficar um tempo longe de tanta informação online sobre a gravidez, mesmo as de boa procedência. Há sempre sintomas de risco parecidos com os comuns de grávida, diferenciando destes somente pela duração ou intensidade, confundindo e abalando as mamães de primeira viagem, gerando friozinhos desnecessários.
Sabido, porém, que estes da gestação são somente um treinamento. Depois de ter um serzinho no mundo, estes frios na barriga serão constantes. Se o bebê bater a cabeça, cair no chão, engatinhar para perto da tomada ou objeto cortante. Se engasgando, botando tudo na boca, tendo febre. Depois a criança caminhando para as quinas dos móveis, andando de bicicleta, skate, patinete. Indo para a escola, brigando, sofrendo bullying. E assim por diante, em qualidade e quantidade tais que nem ouso adivinhar. Eu costumava gostar de montanha russa, mas acho que não vou precisar mais.

Créditos da imagem: Yris Tanaka - Erika em "Friozinho na Barriga". Portfólio em www.behance.net/yristanaka

18 de fev. de 2015

E tome ferro!

É estranho não estar, não se sentir doente, e estar tomando soro na veia junto com idosos e recém operados no posto de saúde. Nos exames a hemoglobina não está baixa, só os hematócritos. Se tivesse acesso fácil a mais médicos faria outras consultas antes de tomar o Combiron venoso. Se não fossem minhas olheiras e a barriga, além da receita médica, deveria passar por hipocondríaca. É bem tedioso ficar lá. Era pra ser meia hora, mas deve ser difícil calcular tão pontualmente a rapidez da passagem do soro, e acabei ficando de 45 minutos à uma hora no posto. Nestes dias estava sem internet no celular. No primeiro dia tinha mais funcionários para conversar, e por ter demorado mais que o esperado, ganhei também a companhia do maridão por uns minutos. A segunda dose tive de tomar na segunda de carnaval. Posto em sistema de plantão, quase vazio. Fiquei sozinha por um tempo, apanhando do Candy Crush Soda Saga, que me deixa várias rodadas na mesma fase (eita falta de talento para jogos!). Às vezes passava um funcionário pela sala, me olhava com aquela cara entre pena e incentivo, e eu devia responder com cara de dúvida e enfado, mentalmente falando: Não estou doente, não precisa ter pena ou demonstrar empatia, mas obrigada. Ainda estão prescritas mais três aplicações. E tome ferro!

Glub, glub

Enfim encontrado um maiô para grávidas. Na cidade não encontrei. Ia apelar para um maiô grande, mesmo com medo dele não caber mais depois de um tempo, ou desgastar muito rapidamente na barriga . Mas a loja de esportes não deixava experimentar maiô, mesmo com roupa de baixo. Perdeu a cliente. E tive de apelar novamente para a loja especializada e cara na capital. O maiô até foi um bom preço, ufa, posso tomar um banho de rio novamente. Não conseguia usar nem mesmo as partes de baixo dos biquínis (as partes de cima já tinham sido perdidas depois do aumento de 4 números no sutiã). Talvez seja mania minha, aumentada pelo incômodo no quadril que vinha sentindo, mas roupas apertadas nunca me agradaram.
Agora também pude voltar à natação, voltar ao meio aquático. Estar em um ambiente parecido ao do bebê na barriga. Ele deve achar bom. Se puder e tiver condições quero que ele nade desde bebê.

Cadê o umbigo que estava aqui

Ainda sobre as transformações no corpo, muito mais sentidas a partir do segundo trimestre. O corpo já está me treinando a brincar de esconder, brincadeira das preferidas dos bebês. Já não vejo o umbigo sem me contorcer e esticar um pouco a pele da barriga. Coluna ereta e olhando para baixo também já não vejo os pés. Depilar agora é uma questão de tato.
Muito cuidado ao abaixar e levantar.Lições do balé da infância tem de ser lembradas nestas horas. Descer e subir de coluna ereta, pé firme no chão. Desta vez não é a professora reclamando, é a pontada no baixo ventre. Para dormir estava experimentando incômodo no quadril. Descobri de tratar da dor pélvica, que pode se irradiar para as nádegas e é bem comum também. Culpa do peso extra na bacia. O meu caso nem poderia chamar de dor, era uma dormência e formigamento. Foi resolvido dando um apoio à barriga, que já chamamos de colchão do Caio, pois é uma pequena e fina almofada bem embaixo da barriga quando durmo de lado. Preciosas dicas da internet.

13 de fev. de 2015

Tum, tum

Estava triste mesmo. Escrevi como se fosse por besteira, disfarcei. Na verdade o fato de não estar com a saúde como deveria me deixa triste por pensar que não estou conseguindo cuidar do bebê na barriga. Mas tentei falar de forma leve, não queria deixar mais árduo o peso. Tristeza também por não estar conseguindo deixar o peso mais brando e não conseguir ficar sem me preocupar. Triste por estas situações de espera onde não se pode fazer muito além de ter paciência. E tenho a péssima tendência de parar quando entristeço. Nada produtivo.
Mas uma outra situação de espera me fez feliz. Pela primeira vez senti o toque do Caio depois de eu chamar. Oi Caio, você está aí? Tum tum na barriga. Que emocionante. O Caio já é um ser que me faz feliz só por existir. Digo ser e não pessoa, pois tem também o Zinga e a Belinha nesta lista. Tem a família, os amigos, e Luís, o papai. Que além de tudo me deu este presente que eu carrego. E pensei. Como posso estar triste com tantos presentes, com tanto que recebo. Obrigada Caio, você me fez feliz por conversar comigo hoje.
Isto me fez pensar na frase do Pequeno Príncipe, ops, da Raposa: "Te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." Se já cativamos a família ao nascer, já nascemos então com responsabilidade sobre ela. Nunca tinha visto por este ângulo. Parece pesado imputar esta responsabilidade à um bebê. Ele não fez nada para cativar, cativou por existir. (Mas não são estes os sentimentos mais sinceros? Que surgem naturalmente?) Um dia a criança aprende que esta é a melhor responsabilidade do mundo, mas é para poucos. Espero que ele consiga ser mais responsável que eu.
Depois da conversa com o Caio tudo ficou mais leve mesmo. Tudo vai dar certo, eu ouvi. Estou feliz por você existir, respondi.


11 de fev. de 2015

Ota fumiga triste

Precipitada é pouco. Fui ainda pensando que ia receber elogios pela glicose baixa. Nada. Nem notou. Só viu as coisas ruins. Acho que não era um bom dia para o médico. Ferro muito baixo. Não se dá bem com vitaminas? Vai tomar na veia. Começo de infecção urinária. Não sente nada? Ainda bem que fizemos exame. Remédio e novo exame em 7 dias. Vou adotar medidas indicadas por uma mamãe experiente, de comer mais couve e feijão. Só não vou conseguir mesmo comer bucho.

6 de fev. de 2015

Ota fumiga!

Oba, sem me precipitar, já precipitada, vou comemorar os novos exames de sangue e urina antes de mostrar pro médico. Glicose que no começo da gravidez tinha dado 103 agora deu 83, sendo o normal considerado de 70 a 100. Iupii, vou voltar com algumas gulodices sem culpa. Chocolate e sorvete basicamente. Agora sou mais consciente, sou "ota fumiga"! Nada mais de refrigerantes, balas e chicletes quase todo dia.

5 de fev. de 2015

Primeira conversa com papai

Esta postagem do dia 05 vai para ele, aqui chamado de "o pai" ou "o marido". Acredito que quase todos os leitores deste blog, porém, o conheçam por Vanderlei, Vavá, ou até Luis, segundo nome nunca usado por ele, adotado por mim e até usado na aliança.
Hoje completamos 05 anos de namoro. Eu sei, ele não disfarça, esta data para ele é bem mais importante que o casamento. Foi onde tudo começou e nossa vida mudou pra sempre.
Queria então postar uma singela homenagem ao futuro papai, todos os dias conversando e fazendo carinho no Caio (na sua provável localização dentro da barriga), babando bastante pelo filho. Este papai ficou todo bobo quando sentiu os chutes do filhote se alongando pela primeira vez. Para um descendente de italianos, só é conversa de verdade quando se conversa com gestos! Então esta foi a primeira interação dos dois.
Hoje, coincidentemente, será homenageado mais uma vez pelos seus alunos em uma formatura. Homenagem muito justa, e imagino, se repetirá ainda em muitas ocasiões.
Parabéns por todo seu amor, dedicação e carinho. Por todos e por tudo. Parabéns por ter se tornado quem é. Com certeza Caio terá muito orgulho deste papai brincalhão, inteligente e divertido. Que saberá passar disciplina sem violência, mostrar o amor sem preconceitos e com respeito. Mostrar o mundo com todo o encantamento que você ainda vê nele, por mais pessimista que "finja" ser.
Só posso me considerar com muita sorte desde o dia 05 de fevereiro de 2010. Obrigado por tudo futuro papai, nós te amamos muito.

3 de fev. de 2015

A primeira foto do barrigão, ou As incríveis roupas que encolhem!


Bom, não é exatamente minha primeira foto desde que engravidei, mas conforme dito em post anterior, estava me achando muito inchada e com peitos desproporcionais ao resto do corpo. A barriga também até uns 3 meses e meio ainda não tinha forma de gravidez para ficar bonita na foto. Até fiz feio, pedindo à uma amiga para postar fotos do natal em que eu aparecia, e quando ela postou não publiquei porque só se via peitos apertados!
Agora sim, de lado, com vestido dos poucos que ainda servem.
Mesmo antes de aparecer, e mesmo tendo engordado até então menos de 3 quilos, a gravidez já tinha me feito perder todas as bermudas, sutiãs e calças, deixando 3 ou 4 vestidos, uma saia longa e algumas blusas de lycra ou mais folgadas. Mas isto está sendo solucionado com tops e algumas roupas de grávida compradas a peso de ouro em loja especializada. Agora próxima visita será aos grandes magazines que tem departamentos especializados em roupas para futuras mamães. Vai começar o garimpo!
Esta foto vai especialmente para os amigos curiosos sem face.