13 de fev. de 2015

Tum, tum

Estava triste mesmo. Escrevi como se fosse por besteira, disfarcei. Na verdade o fato de não estar com a saúde como deveria me deixa triste por pensar que não estou conseguindo cuidar do bebê na barriga. Mas tentei falar de forma leve, não queria deixar mais árduo o peso. Tristeza também por não estar conseguindo deixar o peso mais brando e não conseguir ficar sem me preocupar. Triste por estas situações de espera onde não se pode fazer muito além de ter paciência. E tenho a péssima tendência de parar quando entristeço. Nada produtivo.
Mas uma outra situação de espera me fez feliz. Pela primeira vez senti o toque do Caio depois de eu chamar. Oi Caio, você está aí? Tum tum na barriga. Que emocionante. O Caio já é um ser que me faz feliz só por existir. Digo ser e não pessoa, pois tem também o Zinga e a Belinha nesta lista. Tem a família, os amigos, e Luís, o papai. Que além de tudo me deu este presente que eu carrego. E pensei. Como posso estar triste com tantos presentes, com tanto que recebo. Obrigada Caio, você me fez feliz por conversar comigo hoje.
Isto me fez pensar na frase do Pequeno Príncipe, ops, da Raposa: "Te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." Se já cativamos a família ao nascer, já nascemos então com responsabilidade sobre ela. Nunca tinha visto por este ângulo. Parece pesado imputar esta responsabilidade à um bebê. Ele não fez nada para cativar, cativou por existir. (Mas não são estes os sentimentos mais sinceros? Que surgem naturalmente?) Um dia a criança aprende que esta é a melhor responsabilidade do mundo, mas é para poucos. Espero que ele consiga ser mais responsável que eu.
Depois da conversa com o Caio tudo ficou mais leve mesmo. Tudo vai dar certo, eu ouvi. Estou feliz por você existir, respondi.


2 comentários:

Elaine disse...

bah! lindo Nádia, não sei nem o que escrever, mas chorei mesmo, porque te conheço e sei que vindo de vc, suas palavras foram muito sinceras, pois em todos esses anos de amizade, definitivamente nós nunca conversamos sobre ter bebês, isso não fazia parte de nossos diálogos.

Nádia disse...

É mesmo Elaine, nem diálogos nem planos. Por estar casada tinha a cobrança, mas mesmo com o Luís a gente não sabia se queria. Mas a comunicação com o bebê é algo bem emocionante. Ele me conquistou, fazer o quê ;) bjuu