18 de mar. de 2009

15 de março, dia do consumidor

No dia 15 estava tendo uma conversa sobre o abuso de muitas empresas. Depois fui saber que neste mesmo dia se comemorava o "dia do consumidor". Tem dia pra tudo mesmo, qualquer zé mané agora tem dia especial pra ele.
Porque, amigos, vocês não se sentem a maior parte do tempo como meros consumidores, um zé mané que nem qualquer outro? Sempre que nem "qualquer outro", até para serviços considerados de luxo no Brasil, como tv a cabo, suporte técnico para computador ou celular. Eu não vejo nenhum tipo de especialização no atendimento, por descaso dos trabalhadores ou das empresas que não disponibilizam treinamentos constantes.
Se você precisa de um técnico de computador ele vai te tratar como se você soubesse tanto de tecnologia quanto sua vó que mora num sítio isolado, onde não chega nem cabo, muito menos rede sem fio. Poucos são os que, percebendo se tratar de um tipo diferenciado de consumidor, sabem se adaptar a ele. Alguns mesmo já até instalaram programas no meu computador sem eu pedir! Se isso não é abuso não sei o que é.
A internet a cabo de São José é uma vergonha, eles pararam de cobrar o relativo ao boleto bancário (cobrança ilegal) mas, por coincidência, tiveram permissão do governo para aumentar os valores. O aumento foi coincidentemente igual ao valor do boleto! Impressionantes essas felizes coincidências da vida. Felizes pra eles, claro.
O transporte urbano de Florianópolis não é de luxo, é necessidade básica, e não vejo ninguém elogiar, apesar de algumas empresas terem certificação ISO. As linhas do meu ônibus da Estrela mudaram de horário durante as férias escolares e não avisaram os trabalhadores que contavam com aqueles horários. Os ônibus Campinas via Expressa diminuiram de uns vinte horários por dia para uns cinco, e isso parece ser permanente, também ocorrido sem nenhum aviso prévio. E aquelas TVs bonitas no terminal poderiam servir para avisar isso, mas eles acham mais útil passar video cassetada. Sem contar o aumento de preço. Diminuem os serviços e aumentam o preço. Se isso não for abuso não sei o que é.
Mas, e o PROCON, tão falado e respeitado. Já fui ao PROCON de São José umas duas ou três vezes, mas não posso dizer que fui tão bem tratada. Problemas menores, que não envolvem cobrança indevida e calote de empresas são tratados com impaciência. E afinal, o PROCON mesmo serve pra juntar papelada se você for entrar com processo, porque eles só tentam acordos.
Então, parabéns para você também, zé mané. Boa sorte da próxima vez.

2 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com vc, sweet.
Mas acho que nosso problema está mais embaixo. O foco das nossas discussões não deveriam ser as empresas, mas sim, os homens.
Caran, estamos cada dia piores. Desviamos nosso foco de preceitos como família, moral... ajudar o outro, hoje em dia, é coisa de gente otária. Pais relapsos com a necessidade dos filhos.
Antes, se uma filha ou um filho não casassem, ficavam em casa sem problemas, buscando melhores condições. Hoje, já precisam sair de casa aos vinte porque os pais separados querem viver sua vida.
A mesma coisa acontece nas empresas. O dono só quer o seu lucro, não quer vínculo com o empregado, mesmo pagando um salário de merda. Resultado: Um péssimo atendimento.
Em Sampa, a coisa é ainda pior. Outro dia desmaiei no metrô. Imagine viajar meia cidade num lugar fechado e sem ar-condicionado.
Aí vem um neguinho e diz: a culpa é das mulheres, a culpa é dos negros, a culpa é dos judeus, da celulite, do governo... mas, essa culpa é nossa. Isso porque nos preocupamos mais com a vida dos famosos nas revistas do que com um vizinho de porta ou um colega de trabalho.
Estamos abstraindo para não perceber que cada dia mais e mais pessoas estão entrando em estado de miséria, os serviços prestados são podres, procon não serve pra porra nenhuma ... agora, a culpa é da crise mundial... amanhã, do governo... Mas, e a nossa culpa?? Onde está???
Beijo

Nádia disse...

Ah sim, também acho que muita gente atende mal porque é mal tratado e não tem treinamento adequado na empresa, além de ganhar mal, se alimentar mal e ser também mal tratado quando atendido em outros lugares...é um ciclo vicioso.