1 de out. de 2025

Tilim, o monstro. parte 1

dia tava tranquilo, curtindo a paz do dia nublado

quando parece que o mundo, tá descansado

e não clamando por campos floridos. 


Agora meu caderno está tingido

Com cheiro de café vencido,

Graças a Tilim, o monstro

o mais fofo cachorro fedido

30 de set. de 2025

roda e avisa. um minuto pro caos

Porque a roda-vida carrega a roseira

mas não carrega as goteiras pra lá?


Mas eis que chegasse a roda-viva 

e resolvesse a vida

porque já não tenho de onde tirar


a sorte ou falta dela é uma senhora

com muito o que inventar

tratoreia os otário tudo

sem sair do lugar


roda moinho

moída de remar

roda peão cansado

[não tem mais nem este programa]

e volta pra trabalhar

23 de set. de 2025

como faz

 o vizinho escuta música alta, 

mas não dá pra reclamar

porque é Djavan


cachorro pula no colo

mas não dá pra reclamar

porque é inverno


fui esmagada

mas não dá pra reclamar

porque é um abraço 

16 de set. de 2025

segura a onda da chatice

mas que feio criticar

poema que fazem pra gente

assim não deixa vingar

a beleza da semente 

a rima certa é aquela

onde se fala o que sente


segura a onda da chatice

não é correto a cretinice

pobre é a sua tolice

vou fazer a minha rima

conforme eu mesma disse

pobre da ilha sem transporte ou pobre na ilha não se move

se tivesse um barquinho

e soubesse pilotar

a gente ia bem rápido

do sul pra Palhoça


nessa ilha sem transporte

o mar só serve pra esporte


daqui da janela eu vejo

mas pra  chegar vai com sorte

2 ou 3 horas de sacolejo

de espera, para, sobe

desce, espera, corre


se perder já era, amanhã talvez

esse mar não tá pra pobre

não tem carro, não tem vez

 Aqui, sono

Tempo nublando de segunda

Cansada, moribunda


Aqui, criança, só tem uma

Mas tem cachorro

tem dor no corpo

tem esforço

desegunda

13 de set. de 2025

faz favor né


Princesa é sua sobrinha!

Não gosto de monarquia


Mas se insiste na alegoria

Com certeza sou rainha

12 de set. de 2025

como eu sou como eu me sinto - tô em app e não minto

toda remendada,

requenguela,

requentada,


toda desmiolada,

desmedida,

ressentida


quem vai querer?, 

não tá vendida!


toda encantada,

exagerada,

imprevista


toda inventada

mas real 

esquisita


quem vai querer?

é enrolado,

mas tem vista


posta a foto de biquíni

de revista

na vitrine


toda construída,

criticista

humorista


quem vai querer

peça única 

compra à prazo ou à vista



4 de set. de 2025

Por fora, bela viola...

 Eu falei que não ia contar

Mas eu tenho a língua solta

vou fazer só uma conta de idade aqui para entender


Se eu tenho 44 com cara de 35 e condições de saúde de 70 

O meu 44 deve ser a média de 

35 de cara + 

70  de saúde + 

27 de idade mental / 3

Agora faz sentido

3 de set. de 2025

Chicos são os Bobs do Brasil

Porque tem quase tanto Bob legal quanto Chico bacana!

Chico Buarque, Chico Anysio,  Chico Bento, Chico Science,  Xico Sá...

Bob Marley, Bob Dylan, Sponge Bob, Bobby McFerrin, Bob Moses...

testes de perfil ABCDEFG HIJK LMNOP QRSTUV WXYZ

Gosto de ver filmes de coisas impossíveis e séries de coisas já passadas. Ou o contrário. Escrever poemas pobres de rimas tortas e prosa de chocolate. Tirar fotos aleatórias do formato das sombras e de pequenas luzes do cotidiano nas cenas. Tomar café com podcast e sem açúcar. Cantar alto no meio de uma tarde de quarta só porque eu posso.


Gosto de ver possíveis passados e séries de filmes impossíveis.  Pelo contrário! Escrever rimas de chocolate e pobres prosas tortas. Tirar fotos dos formatos de pequenas luzes nas sombras do cotidiano das cenas aleatórias. Tomar podcast sem açúcar com café. Poder só cantar no meio de uma tarde alta de quarta. 


Gosto de impossíveis passados em filmes e séries já passadas. Tá tudo ao contrário? Escrever poemas de prosas tortas de rimas de chocolate. Tirar fotos de pequenas cenas cotidianas de sombras e luzes de formatos aleatórios. Açúcar, mas sem café, e podcast amargo. Quartar com alto canto no meio da tarde. 


Gosto de filmes do passado e tortas de chocolate. E séries de coisas impossíveis e rimas tortas e prosa de coisas do passado e muito ao contrário também, escrever! Podcast de foto de café com luzes do cotidiano aleatório e sombras pequenas das cenas com formatos . Poder uma tarde de canto altas de uma quarta só. 

minha pequena revolta inexata

Só não sou mais artista

porque tem aritmética

nas notas musicais


tem que fazer proporção

menos e mais na fotografia

sem contar a geometria


proporções e cálculos

contar sílaba na poesia


digo que minha escrita é moderna

para não ter arritmia 


para não fazer conta

para fugir das exatas

e continuar nas tontas


não vou contar sílaba tônica

22 de ago. de 2025

tudo normal dentro do caos

Guenta, que estou aqui, 

ouvindo jornal, 

enviando email e 

falando contigo


Guenta aí, pois preciso

resolver o almoço

me preocupar com os boy

e saber se invisto


Espera! ainda preciso,

responder a professora

o grupo da escola

cobrar o orçamento do vidro


Eita, esqueci da conta

qual pagar, quanto vai dar

deixo render ou retiro


Espera, hoje é sexta

vou sair, pagar babá

ou me contentar com a pizza



21 de ago. de 2025

ai que paz, ai que silêncio

 ai que paz, ai que silêncio. 

filho na escola, pet no banho 🧘🏽‍♀️

parece tão fácil trabalhar, que nem tento


ai que paz, ai que silêncio

uma casa sozinha

não tem cachorro, não tem grito

escuto até o vento


ai que paz, ai que silêncio

a máquina batendo, me volta a vida

a reunião em pouco tempo 

e eu no blog escondida


ai que paz, ai que silêncio

se fosse assim todo dia

faria mais poesia?


ai que paz, ai que silencio

dia de sol, nem quente, nem frio

trabalho do sofá

no braço, um café esfria

a culpa ainda é do atropelado

Que cansada

Que canseira

é muita coisa disfarçada, bem não cheira


é tanto desrespeito disfarçadao de cuidado

é tanto atropelo disfarçado de encontro

é tanto preconceito disfarçado de aviso

"são tão boas intenções, só falei de improviso"


tem que cuidar sempre, quando pensa que pode

já sobe um cuidado! 

a eterna vigilância do minorizado


Quando descansa a militante, 

se em 2025, a culpa ainda é do atropelado

15 de ago. de 2025

 Figurinha de bom dia 

quando a tecnologia encontra as tia 

13 de ago. de 2025

aspirador, tv, microondas

porta do quarto, mente, organiza

vidro no chão, conta vazia

vontade agoniza

12 de ago. de 2025

grandes distâncias no espaço(-) tempo


21 +

21-

8578


fazendo as contas aqui, acho que não vai dar

não vai dar tempo

nao vai dar liga

não vai dar certo

nem com figa


não vai dar pé, não vai dar bom

um encontro ou uma briga?


toda uma vida pela frente, toda outra pela metade.

a tecnologia permite ou empresta,

 um tempo, no sem tempo de tudo


Duas semanas no espaço-tempo 

a gente bem queria, mas nao vinga

2 de ago. de 2025

Imaginar da sala à cozinha

Eu queria era que você fosse mais escritor e descrevesse o que vê quando sai de  casa, como se fossem fotografias mentais com as suas impressões.

Conte da sua infância, como era viver na cidade onde nasceu. Você sentia frio, calor, amor, alegria? Como eram seus amigos, qual sua brincadeira preferida ou tinha algum segredo, aquele que na época parecia ser um fim do mundo, e com o passar dos anos você viu como era nada? 


E depois, quem foi a primeira paixonite, foi infantil ou foi adolescente? foi namoro ou flerte ou platônico? alguém mais velho ou coleguinha de escola. 


Este retrato, além das fotos, era o que eu queria. 


E as aulas, de escola, de curso, você bagunçava, prestava atenção, viajava no tema? Lia com antecedência a matéria, ou estudava tudo de última hora, na madrugada antes da prova ou na manhã do dia? 


O que eu quero é material para fazer o romance que eu já tenho em minha cabeça. Preciso do material de um dos protagonistas. Pode ser parte fictícia, não me importa, desde que seja bonito, ou desde que eu possa usar floreando a meu gosto, ou fazendo parte fictícia. 


Eu mudo os nomes, as datas, os locais, talvez algo muito marcante da cultura local fique difícil de mudar, isto talvez dará algumas pistas para um bom detetive literário. Mas mesmo assim será sem nome. Mudamos os nomes, talvez alguns mais comuns ou menos comuns, o que mais parecer sonoro, ou o que mais parecer disfarçar. é melhor parecer único ou é melhor mais um José ou João? 


Não quero nomes, não quero datas, mas quero impressões para ver através dos seus olhos, quero saber se você vê poesia no mundo, como sente a música, se compara comida com música, se palavras te lembram filmes ou te lembram livros. se livros te lembram pessoas, ou pessoas te lembram poemas. 


Qual lugar você sempre quis ir? Você conseguiu ou mudou de ideia? 

quantas ideias você já mudou ou quantas vezes mudou de ideia. as suas, mais do que a dos outros, a dos outros nunca saberemos. 


mas você insiste em falar como foi o dia de hoje, de ontem. e eu tenho que ter este trabalho aqui de fazer a cena toda sozinha. imaginar da sala à cozinha. imaginar a rua e a vizinha. as pessoas não ajudam os escritores e depois reclamam que não são fiéis. se não me alimentam de visões, eu imagino as cores. 


Só isso eu pediria. Onde bate o sol quando senta no sofá? É bonito ver a luz escapando da cortina? Tem um muro, uma montanha, outra janela da janela? A hora que acordou não me importa. Tinha vento no rosto, tinha barulho, tinha nada. Pensou no passado ou no futuro. Sentiu gosto amargo, vontade de ficar mais, ou se sentiu acelerado. Pensou em alguém ou em muitas pessoas, na faixa de Gaza, na tragédia humana, na discussão passada, na palavra dada ou perdida. 


imaginar roteiros é estar só. as pessoas não me dão mais moradia. fica a mente vagando distante, querendo do mundo um pouco mais de ousadia. onde se guarda o sonho, se ninguém mais sonha nada. como se inventa mundos, se contar do dia virou agenda, virou lista de padaria.


me contem, me contem tudo, não quero viajar sozinha. quero absorver do mundo as histórias. e mudar tudo que eu queria.


1 de ago. de 2025

Mas tá falando da coluna ou da vida?

 Eu sou tão torta, que se me endireitam

 me sinto torta

19 de mai. de 2025

trava-língua descarrilhado doce

 Tico e Teco comem um kit kat e depois um tic tac no boteco


 

Passar do tempo pela mexerica



Maio já tem mexerica na feira

Se já tem mexerica, já tem dias frios

Logo chega festa junina


Ainda ontem era novembro

de mexericas congeladas


Hoje já tem mexerica

Vistosa e laranja

para ser comprada


Para sentir passar o tempo

sem ser atropelada


Tem que atentar pra mexerica

antes de ser congelada